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Uma história.

  • Foto do escritor: drpedrolourega
    drpedrolourega
  • 9 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura




Sejam bem-vindos!

Quero dedicar essa página a lhes contar uma história. Breve, mas muito significativa.

A rotina de um oncologista é norteada por acolher pessoas em busca de tratamento e orientações quanto ao câncer, bem como acompanhá-las durante a jornada. Já se passam oito anos que assim faço diariamente.

Recentemente recebi a ligação de um grande amigo que partilha comigo a vida há mais de 15 anos. Era um horário incomum para nos falarmos, bem como a insistência do número de chamadas. Quando terminei de organizar o Filipe, meu filho, peguei o telefone e vi que era ele. Pedi alguns minutos para minha esposa e retornei a ligação.

Disse-me ele: Pedro, chegou a minha vez. Confesso que parecia que o chão estava se abrindo sob meus pés. Senti na voz preocupada dele que algo de sério havia. Este querido amigo havia descoberto um tumor.

A modernidade nos trouxe a agilidade das comunicações, mas minha vontade era estar fisicamente perto dele e poder abraçá-lo, estar junto. Foram dias de exames, consultas, contatos com colegas cirurgiões e passamos pela cirurgia. Nosso grupo de conversas era repleto de pensamentos positivos e carinho para aquele que temos como o “cimento que nos mantém unidos”. Passaram-se alguns dias, chegou o anatomopatológico, confirmamos o tipo do tumor e revisamos a literatura para ver se precisávamos fazer alguma medicação. Em nosso círculo de amigos em comum contamos com mais um oncologista.

Esse me disse: “ Apenas acompanhamento, concorda?” “De acordo”.

Pois bem, nosso amigo segue bem, tem vindo consultar regularmente e ressignificou a vida dele, partindo para exercício físico e acompanhamento nutricional. A primeira visita dele após a cirurgia, aqui em minha casa foi diferente: dieta com restrições e um pequeno, mas significativo, brinde a vida. Sou muito grato a Deus por ter me permitido viver aquele tim-tim.

Conto essa história porque diversos sentimentos que tanto falo, pude vivenciar como se fosse em mim. Nossa amizade é tão intensa que parecia que o diagnóstico fora dado a mim. Olhei para minha esposa sem saber direito as palavras a utilizar, olhei para o Filipe e vi meu amigo com as dúvidas de ver seu filho crescer.

Restaram gigantescos ensinamentos, e por isso compartilho essa passagem: buscar auxílio, ter um ombro a amparar, manter a serenidade nas dificuldades e principalmente ACREDITAR.

A jornada do paciente oncológico é intensa, longa e demanda escolhas. Escolham viver, escolham boas companhias e escolham o caminho do bem. Nosso amigo segue forte e sendo o cimento que nos une e assim permanecerá por longos anos. Em breve ele volta para mais uma consulta de revisão e um brinde a vida. Tenho dúvidas se faço massa ou risoto, mas tenho certeza que ao fim da tarde levaremos nossos filhos para visitarem a árvore lunar.

 
 
 

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