Inovação
- drpedrolourega
- 21 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
A arte da oncologia clínica evolui na medida em que novas estratégias são incorporadas em nosso rol de opções terapêuticas. E essa aplicação prática é possível a partir de estudos continuados e de boa qualidade.

Recentemente, um dos maiores periódicos mundiais, o New England Journal of Medicine, publicou um trabalho que foi simultaneamente apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a ASCO.
O estudo em questão trouxe os resultados de uma pesquisa realizada com pacientes com TUMORES DE RETO localmente avançados.
Para contextualizar: hoje o padrão de tratamento é o uso de quimioterapia e radioterapia pré-operatórias nessa situação. E como já temos dados de que a imunoterapia é uma excelente opção em pacientes metastáticos, o estudo trouxe os dados de forma inédita, no tratamento de doentes com tumores ainda localizados ao reto, sem as metástases estabelecidas.
Para receberem a medicação, os pacientes deveriam apresentar uma característica, denominada, deficiência de mismatch repair, ou a instabilidade microssatélite. Esta alteração é verificada na amostra do tumor, e está presente em 5-10% dos pacientes com esse diagnóstico.
O interessante desse estudo e a grande repercussão que o mesmo teve se deve ao fato de que 100% dos pacientes tratados tiveram resposta completa ao tratamento. DESAPARECIMENTO da doença em exames de imagem, toque, biopsia e endoscopia.
Entretanto, vamos com calma.
O estudo abordou, por ser ainda uma hipótese inicial, um pequeno número de pacientes, apenas 12 concluíram o tratamento preconizado. Ressalto: somente 5-10% dos pacientes com tumores colorretais apresentam a marcação de instabilidade microssatélite.
Os próprios autores do trabalho colocam em suas conclusões a necessidade de maior seguimento aos pacientes para se avaliar a duração da resposta e a necessidade de estudos maiores, com grande quantidade de pessoas, para a devida validação do método.
Hoje, em nossa realidade, continuaremos avaliando os pacientes através de exames de imagem, equipe multidisciplinar e propondo estratégias de tratamento pré-operatórias de quimioterapia e radioterapia para as pessoas com esses tumores.
Centros de tratamento do câncer em que o paciente é abordado de forma multidisciplinar e multiprofissional possuem índices maiores de resultado e resolutividade. Assim seguiremos, acreditando que o paciente é o maior beneficiado quando trabalhamos unidos e ofertando o nosso saber.
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