Microbiota intestinal
- drpedrolourega
- 14 de set. de 2021
- 2 min de leitura

Hoje quero trazer um assunto muito comentado nos últimos anos - a microbiota intestinal.
Pois bem, inicialmente precisamos definir que a microbiota é a comunidade de bactérias que habita o nosso intestino. Ela é única de cada indivíduo e influenciada por vários determinantes, como o tipo de parto, amamentação, idade, uso de antibióticos e hábitos alimentares, sabia disso?
Na prática, ainda não muito acessível devido principalmente aos elevados custos financeiros, podemos determinar através da análise molecular das fezes as principais bactérias presentes no intestino do ser humano.
A partir da interação dessas bactérias com o meio temos a expressão de diversos processos fisiológicos e patológicos, levando ao desenvolvimento de doenças.
Vale ressaltar que a principal função da nossa microbiota intestinal é a sua participação na proteção da barreira intestinal contra infecções de patógenos e prevenção de inflamação.
Outra importante função é a metabólica, em que a fermentação de subtratos por estes seres leva a produção de metabólitos importantes para nosso organismo: síntese de vitaminas, transformação de hormônios, dentre outros.
É justamente através da modulação desta microbiota, fundamentalmente através da alimentação, que conseguimos melhores substratos e maior harmonia na síntese de fatores saudáveis.
Bem mais complexo do que simplesmente ser um órgão para produzir cocô, certo?
O Eixo intestino-cérebro
Quem nunca sentiu uma pontada na barriga quando havia alguma situação chata ou difícil para enfrentar? E aquele jantar em que a digestão parecia parar, pois a conversa estava tensa? Se pararmos para analisar, o tempo todo existe essa “conversa” das nossas emoções com o intestino.
A descoberta do eixo intestino-cérebro vem revolucionando o surgimento de novas estratégias para o tratamento de doenças relacionadas às desordens mentais. O intestino envia informações para o cérebro sobre tudo que ingerimos, se a quantidade de nutrientes está suficiente para as funções necessárias, se o sistema imunológico está combatendo algum patógeno e assim por diante.
Esta comunicação acontece através de estímulos de receptores / neurotransmissores / hormônios, em que a microbiota intestinal tem papel fundamental na sua síntese.
As bactérias de nosso intestino são responsáveis, por exemplo, por cerca de 90% da produção de serotonina, neurotransmissor relacionado a doenças como a depressão. O consumo de psicobióticos, probióticos que modulam este eixo, é capaz de melhorar sinomas de estresse, ansiedade e depressão.
A partir do consumo alimentar, fundamentalmente de fibras, podemos atuar na modulação deste microbioma e positivamente influenciar nossa qualidade de vida.
Para citar alguns alimentos que podem ser benéficos neste processo: ômega-3, alimentos fermentados ( iogurte, kefir, queijos curados ), alimentos ricos em polifenóis ( cacau, azeite, café ) e alimentos ricos em triptofano ( ovos, nozes e leguminosas ).
Fonte: Reprogramando o intestino - Luciano Bruno - Polo Books - 2019.
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